quarta-feira, 27 de abril de 2016

A MORTE DE SÓCRATES

"Condenado à morte pelo povo de Atenas, Sócrates, rodeado por um grupo de amigos desolados, prepara-se para beber uma taça de cicuta. Na primavera de 399 a.C., três cidadãos atenienses instauraram um processo contra o filósofo. Acusavam-no de não venerar os deuses da cidade, de introduzir inovações religiosas e de corromper os jovens de Atenas. A gravidade das acusações era de tal ordem que exigia pena capital.

Sócrates reagiu com serenidade absoluta. Apesar de, durante o julgamento, lhe ser dada a oportunidade de renunciar às suas ideias, ele preferiu manter-se fiel à busca da verdade a assumir uma conduta capaz de o tornar benquisto entre seus inquisidores. Segundo o relato de Platão, ele desafiou o júri com as seguintes palavras:

"Enquanto eu puder respirar e exercer minhas faculdades físicas e mentais, jamais deixarei de praticar a filosofia, de elucidar a verdade e de exortar todos que cruzarem meu caminho a buscá-la [...] Portanto, senhores [...] seja eu absolvido ou não, saibam que não alterarei minha conduta, mesmo que tenha de morrer cem vezes."Testemunha silenciosa da injustiça cometida, Platão está sentado ao pé da cama do mestre. A seu lado, uma pena e um rolo de pergaminho. Platão contava 29 anos quando Sócrates foi executado, mas David o retratou como um ancião circunspecto e grisalho. No corredor ao fundo, carcereiros conduzem Xantipa, a mulher de Sócrates, para fora da cela. Sete amigos apresentam graus variados de consternação. Críton, seu companheiro mais chegado, está sentado a seu lado e contempla o mestre com devoção e preocupação. Mas o filósofo, cujos torso e bíceps são de um atleta, mantém-se ereto e altivo, sem que se perceba qualquer sinal de apreensão ou arrependimento. O fato de ter sido acusado de loucura por um grande número de atenienses não abalou suas convicções.

David havia planejado pintar Sócrates no ato de beber o veneno, mas o poeta André Chenier sugeriu que o efeito dramático seria bem maior se ele fosse retratado no momento em que terminava um argumento filosófico e, ao mesmo tempo, recebia com tranquilidade a taça de cicuta que daria fim à sua vida, simbolizando, dessa forma, tanto um ato de obediência às leis de Atenas como um compromisso de fidelidade à sua missão. Estamos testemunhando os últimos momentos edificantes de um ser extraordinário."

Trecho da obra "As Consolações da Filosofia" de Alain Botton

Esta pintura de Jacque Louis David, e o texto descrevendo-a retrata de maneira fiel a imagem que temos do primeiro filósofo de grande nome, e que é reverenciado até hoje, e sempre representará a filosofia e sua essência.Sócrates podia ter fugido, mas não o fez, preferiu morrer mas deixar vivo seus ideais. Um ato raro em qualquer época.



Tales de mileto

Este filósofo pré-socrático é considerado o pai da filosofia ocidental. Descendente dos fenícios, ele nasceu em uma ancestral colônia da Grécia, Mileto, localizada na Ásia Menor, atualmente conhecida como Turquia, aproximadamente entre 624 e 625 a.C.

Tales, supostamente um dos sete sábios da Antiga Grécia, instituiu a Escola Jônica e estabeleceu sólidos conhecimentos sobre a verdade, a totalidade, a ética e a política, temas ainda atuais em nossos dias. Suas reflexões giravam em torno da ‘natureza’, de seus quatro elementos fundamentais, terra, ar, fogo e água. Ele era um monista, ou seja, acreditava que tudo era constituído por uma substância primordial, neste caso, a água. Assim sendo, toda a vida teria se originado dela, embora seus discípulos divergissem quanto a ser este corpo a natureza essencial que a tudo permeia.

Seus principais seguidores foram Anaxímenes, que via no ar a essência primitiva, e Anaximandro, que mantinha a crença em uma infinitude de esferas em constante interação. Os mais importantes divulgadores de sua obra, uma vez que ele nada escreveu sobre seus pensamentos, foram Aristóteles, Platão e Diógenes Laércio.


 Tales era um filósofo visionário, que percebia a realidade muito além de seu tempo. Vivendo 2460 anos antes de Charles Darwin, afirmava que o mundo teria evoluído da água por processos naturais. Ele caminhava em todas as direções do conhecimento, da geometria aprendida inicialmente no Egito, por ele transmitida para os gregos, ao uso do relógio solar para dimensionar o tempo; da percepção das diferentes estações do ano, aos estudos sobre a alma humana. Foi também o pioneiro na compreensão do eclipse solar, chegando a prever um destes fenômenos.

O filósofo envolveu-se igualmente em experiências inovadoras com o magnetismo, que na sua época representava apenas uma mera curiosidade em torno de matéria-prima constituída de ferro. Ele foi um dos primeiros estudiosos a rejeitar a visão religiosa dos gregos antigos, que viam nos componentes da Natureza, como o Sol, a Lua, e outros, elementos sagrados, deuses a serem reverenciados.

Tales de Mileto e os outros integrantes da Escola Jônica percebiam a constante transmutação das coisas, que se convertiam umas nas outras. Sendo assim, ele concluía que tudo partia de um princípio basilar, conhecido também como arché. Ele procurava, assim, uma nova compreensão do Universo, através da razão e da experiência, rompendo  com o ponto de vista meramente religioso.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Como nós pensamos o indivíduo? e IPSEIDADE

Como nós pensamos o indivíduo?

• Indivíduo possui duas dimensões (1) como membro de uma sociedade, (2) ser independente e autônomo “sentido moral”
• Homem é um indivíduo autônomo e independente.
• Paul Ricoeur questiona o processo de individualização. Como nos individualizamos? Nos individualizamos através da LINGUAGEM.

A LINGUAGEM é o ponto de partida; por meio dela nos expressamos e dizemos o mundo, ou seja, é a uma forma de colocar para fora aquilo que pensamos. Através da linguagem o ser humano é capaz de dizer o indivíduo de três formas:

A característica da ipseidade é que o homem
 se acha sempre separado do que é por toda espessura do
 ser que ele não é. O homem se anuncia a si do outro lado
 do mundo, e volta a se interiorizar a partir do horizonte: o
 homem é um ‘ser das lonjuras’.

A IPSEIDADE faz parte da filosofia ética de Paul Ricoeur.

A ipseidade do eu significa que este não se individualiza em relação ao conceito, mas em relação a si de maneira única, fora da totalidade do ser e da consciência pensante, fora da distinção do individual e do geral (7). O eu do gozo, não é nem biológico nem sociológico, constitui-se pela sua referência a si, num movimento diferente do intencional, porque é um movimento virado para si. Trata-se duma experiência anterior à reflexão (8).

IPSEIDADE– significa a dimensão moral (ser ou dever ser), enquanto exterioridade: um Ricoeur ainda deontológico; mas, tal identidade vivida torna-se impossibilitada de apreender a totalidade, porque implica numa interpretação hermenêutica de mundo, dada a quase impossibilidade de integração fenomenológica do problema do si-mesmo como um outro. Porém, se há um mundo narrado no qual a ipseidade se narra, haveria algo antes do mundo; e este algo anterior determinaria o que fosse, não só uma efetiva vida boa, mas a primeira – e talvez a última - constituição do si

Paul Ricœur

Paul Ricœur (Valence, 27 de fevereiro de 1913 - Châtenay-Malabry, perto de Paris, 20 de maio de 2005 ) foi um dos grandes filósofos e pensadores franceses do período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial.
Paul Ricœur nasceu numa família protestante. Órfão de mãe, que morre pouco depois de seu nascimento, perdeu o pai na batalha de Marne, em 1915, e foi criado por sua tia. Em 1936, licenciado em filosofia, criou a revista Être, inspirada nos preceitos de Karl Barth, teólogo cristão suíço. Em 1939, servindo como oficial de reserva, Ricœur foi preso pelos nazistas e enviado ao campo de Groß Born e depois a Arnswalde, na Pomerânia, atualmente Polônia.
No pós-guerra foi acadêmico na Universidade da Sorbonne. Passou também pelas universidades de Louvaina (Bélgica) e Yale (EUA), onde elaborou uma importante obra de filosofia política. Ricœur participou em debates sobre linguística, psicanálise, o estruturalismo e a hermenêutica, com um interesse particular pelos textos sagrados do cristianismo.
Ricœur descreve assim, em 1991, suas raízes filosóficas: "Se reflito, dando um passo para trás de meio século [...], sobre as influências que reconheço ter sofrido, sou grato por ter sido desde o início solicitado por forças contrárias e fidelidades opostas: de uma parte, Gabriel Marcel, ao qual acrescento Emmanuel Mounier; de outra, Edmund Husserl". Portanto, Ricoeur forma-se em contacto com as ideias do existencialismo, do personalismo e da fenomenologia.
Suas obras importantes são: A filosofia da vontade (primeira parte: O voluntário e o involuntário, 1950; segunda parte: Finitude e culpa, 1960, em dois volumes: O homem falível e A simbólica do mal). De 1969 é O conflito das interpretações. Em 1975 apareceu A metáfora viva.
Em O voluntário e o involuntário, Ricœur dirige a atenção para a relação recíproca entre voluntário e involuntário, assim como esta relação se configura na tríplice dimensão do decidir, do agir e do consentir. Em poucas palavras, necessidades, emoções e hábitos premem sobre o querer, que replica a eles, por meio da escolha, do esforço e do consentimento. Escreve Ricœur: "Eu suporto este corpo que governo".
Descendo ainda mais em profundidade no interior da existência humana, Ricœur vê que o homem concreto é vontade falível e, portanto, capaz de mal. A antropologia de Ricœur delineia um homem frágil, "desproporcionado", sempre à beira do abismo entre o bem e o mal.
A fim de entender o mal e a culpa, o filósofo deve ouvir e interpretar os símbolos que representam a confissão que a humanidade fez de suas culpas; ou seja, deve compreender os mitos que veiculam símbolos como a mancha, o pecado, a culpabilidade etc. E, entre esses mitos, central, no pensamento de Ricœur, é o mito de Adão: a figura de Adão mostra a universalidade do mal enquanto Adão representa toda a humanidade.
Eis, a propósito, um pensamento do próprio Ricœur (1983): "Se a pessoa voltar, isso se dará porque ela continua o melhor candidato para sustentar as batalhas jurídicas, políticas, econômicas e sociais".
A problemática da simbólica do mal leva Ricœur ao tema da linguagem, ou melhor, ao projeto da construção de uma grande filosofia da linguagem - projeto que encontra seus inícios num escrito sobre Freud: Da interpretação. Ensaio sobre Freud (1965).
A psicanálise interpreta a cultura e simultaneamente a modifica, assim como marca de forma duradoura a própria ideia de consciência. A realidade é que Freud, junto com Marx e Nietzsche, é um dos três mestres da suspeita, que levaram a dúvida para dentro da fortaleza cartesiana da consciência:
• para Marx, não é a consciência que determina o ser, mas é o ser social que determina a consciência; • para Nietzsche, a consciência é a máscara da vontade de poder; • para Freud, finalmente, o Eu é um infeliz submisso aos três patrões que são o "Isso", o "Super-eu" e a "Realidade" ou "Necessidade".
A humanidade objetiva nos símbolos, nas diversas formas simbólicas, os significados e os momentos mais importantes da vida e de sua história. Daí - se quisermos compreender o homem - a necessidade da interpretação. E justamente a multiplicidade de modelos interpretativos em conflito torna urgente um escrupuloso trabalho que, enquanto de um lado bloqueia as pretensões totalizantes das interpretações particulares, de outro lado dá razão do efetivo, embora limitado, valor de tais interpretações particulares. Mais em particular, será necessário pesquisar, nos símbolos, o vetor arqueológico e o teleológico, ou seja, as razões de suas raízes no passado e as motivações que os tornam úteis ou necessários para o futuro.

Michel Foucault

Michel Foucault  (Poitiers, 15 de outubro de 1926 — Paris, 25 de junho de 1984) foi um filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo e crítico literário. Suas teorias abordam a relação entre poder e conhecimento e como eles são usados como uma forma de controle social por meio de instituições sociais. Embora muitas vezes seja citado como um pós-estruturalista e pós-modernista, Foucault acabou rejeitando essas etiquetas, preferindo classificar seu pensamento como uma história crítica da modernidade. Seu pensamento foi muito influente tanto para grupos acadêmicos, quanto para ativistas.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Introdução à Teoria do indivíduo


  • Indivíduo: alguém que se autodetermina segundo seu pensar e sua vontade; alguém autônomo e soberano.

  • Contratualismo: Ideia de que, para viver em segurança, os homens assinam um contrato onde transferem seu poder de governar a si próprio a um terceiro -o Estado - para que este governe a todos.

Principal filósofo: Thomas Hobbes

  • Teoria Liberal: Ideia de que o Estado deve regular as ações entre os homens, atuar como juiz nos conflitos sociais; mas deve fazer isso garantindo a Liberdades e os direitos individuais, como a Propriedade.

Principal filósofo: John Locke





  •  Utilitarismo: Ética normativa (referente a normas), relativa à Utilidade. Util é aquilo que encaminha o homem à Felicidade. Diz que a Felicidade reside na busca do máximo de Prazer e no mínimo de Dor. O Bem consiste na busca pela Felicidade.


Principais Filósofos: Jeremy Bentham e John Stuart Mill


terça-feira, 2 de junho de 2015

RELATOS DOS ALUNOS SOBRE VIOLÊNCIA

 Na ultima quinta feira foi realizado com os alunos do 2ºB um debate sobre variados tipos de violência onde alguns alunos fizeram relatos sobre um tipo de violência que já haviam presenciado ou que já sofreu.
Houve uma historia onde contaram que uma pessoa sofria bulling pelo fato de ter um certo tipo de jeito que dava a impressão que ele era homossexual e por isso muitas pessoas a zoavam ou faziam piadas com o jeito dele mesmo por ele não dar atenção este e uma ação que não se devia fazer com nenhum tipo de pessoa pois ela pode não ligar agora, mais e depois que sair da escola, na casa dele será que ele não fica remoendo esta zoação o que isto pode ter afetado na auto estima dele ,isto ninguém pensa. #jamaispratiqueobulling.
Agora já em outra situação foi contado que uma amiga que namorava com um cara que sempre batia nela e isto era coisa que quase sempre acontecia, ela terminava com ele mais não se passara muito tempo ela logo voltava com ele e mesmo assim ele a continuava a bater nela se for pensar ela estava errada em não denunciar para as autoridades o que havia com ela e também estava errada em sempre continuar com ele. Ele também não fica muito atrás em estar errado por que ele que praticava a violência domestica com ela.
Todas as pessoas de hoje tem que tomar consciência dos seus atos pois a sociedade esta muito mudada hoje ela pune estas pessoas, todos devem sempre respeitar uns aos outros para que sempre haja harmonia na sociedade e no mundo .


Discussão sobre Cyberbulling 


Já neste assunto foi discutido com a sala sobre se alguém já havia sofrido ou praticado o Cyberbulling , e todos na sala já pelo menos já haviam sofrido ou pelo menos praticado alguma vez o Cyberbulling .
E segundos os relatos foi por causas de vídeos ou fotos ou ate mesmo intrigas com outras pessoas.
Um exemplo muito comum que houve em nosso cotidiano na cidade foi tal de “Top 10” que era um vídeo que foi feito com varias imagens de meninas da cidade com frases de xingamento ou ate mesmo expondo a pessoa a uma imagem de quem ela não é , e isto causou muita polemica no município, e as meninas mostradas no vídeo ficaram com vergonha de ate sair de casa por causa disso , dessa exposição na internet.
O Cyberbulling hoje se tornou uma maneira mais fácil de falar mal de uma pessoa por que o agressor se sente seguro porque esta em sua casa atrás do monitor de seu computador, e isto meio que da a impressão de poder a pessoa, mudando a sua personalidade diante da sua do normal .
E as vezes as pessoas que praticam este tipo de bulling alguma vez n a vida sofreu também e quer devolver as pessoas o que elas fizeram a ele .