Tales, supostamente um dos sete sábios da
Antiga Grécia, instituiu a Escola Jônica e estabeleceu sólidos conhecimentos
sobre a verdade, a totalidade, a ética e a política, temas ainda atuais em
nossos dias. Suas reflexões giravam em torno da ‘natureza’, de seus quatro
elementos fundamentais, terra, ar, fogo e água. Ele era um monista, ou seja,
acreditava que tudo era constituído por uma substância primordial, neste caso,
a água. Assim sendo, toda a vida teria se originado dela, embora seus
discípulos divergissem quanto a ser este corpo a natureza essencial que a tudo
permeia.
Seus principais seguidores foram
Anaxímenes, que via no ar a essência primitiva, e Anaximandro, que mantinha a
crença em uma infinitude de esferas em constante interação. Os mais importantes
divulgadores de sua obra, uma vez que ele nada escreveu sobre seus pensamentos,
foram Aristóteles, Platão e Diógenes Laércio.
Tales era um filósofo visionário, que percebia
a realidade muito além de seu tempo. Vivendo 2460 anos antes de Charles Darwin,
afirmava que o mundo teria evoluído da água por processos naturais. Ele
caminhava em todas as direções do conhecimento, da geometria aprendida
inicialmente no Egito, por ele transmitida para os gregos, ao uso do relógio
solar para dimensionar o tempo; da percepção das diferentes estações do ano,
aos estudos sobre a alma humana. Foi também o pioneiro na compreensão do
eclipse solar, chegando a prever um destes fenômenos.
O filósofo envolveu-se igualmente em
experiências inovadoras com o magnetismo, que na sua época representava apenas
uma mera curiosidade em torno de matéria-prima constituída de ferro. Ele foi um
dos primeiros estudiosos a rejeitar a visão religiosa dos gregos antigos, que
viam nos componentes da Natureza, como o Sol, a Lua, e outros, elementos
sagrados, deuses a serem reverenciados.
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